Fatos de alerta sobre o envelhecimento

Evidentemente, envelhecer é um grande privilégio, considerando a alternativa. Mas cabe destacar alguns fatos preocupantes sobre como ocorre o envelhecimento no mundo, e especialmente no Brasil.


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Em média 30% da população idosa sofre com algum tipo de limitação física. A maior parte dos casos é originada por doenças crônicas que surgem no decorrer dos anos. Em nível mundial, quatro em cada cinco idosos enfrentam pelo menos uma condição ou doença crônica, como distúrbios cardíacos, artrite ou osteoporose e 50% enfrentam pelo menos duas. Por outro lado, o Relatório do Banco Mundial sobre o envelhecimento no Brasil, aponta que 70% dos idosos consideram-se independentes.

 
Entre 2010 e 2021 duplicou o número de Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) no Brasil, sendo que na região sul do país este aumento foi de 171%, passando de 693 instituições cadastradas para 1878. De acordo com o Ministério de Desenvolvimento Social, o número de idosos institucionalizados cresceu mais de 30% na última década, contemplando atualmente, 1% da população idosa do Brasil, o equivalente a 15,5% da população brasileira. 


A idade avançada, a dificuldade no autocuidado e a falta de estrutura familiar foram os motivos mais citados para idosos residirem em ILPIs. A presença de sintomas depressivos e a incapacidade de o idoso realizar as suas atividades diárias também contribuem para que o idoso não more sozinho ou com familares.

 
O abuso e maus tratos aos idosos é considerado um problema de saúde pública. Menos de 20% dos casos de abuso são notificados e apenas cerca de 15% dos idosos que passam por abuso procuram ajuda de autoridades ou profissionais de saúde. São quatro os tipos de abuso à população idosa.


O abuso psicológico é o uso de palavras, atos ou outros meios para causar estresse emocional ou angústia, incluindo ameaças, insultos, comandos difíceis, infantilização e ignorar a pessoa. O abuso físico é o uso da força, causando danos físicos, psicológicos ou desconforto, incluindo o abuso sexual. 


O abuso financeiro é a exploração ou desatenção aos bens ou fundos do indivíduo e inclui burlar, pressionar a pessoa para distribuir bens, roubar ou administrar de modo irresponsável o dinheiro do idoso. A negligência é a falta ou recusa de oferecer alimentos, remédios, cuidados pessoais ou outras necessidades, também incluindo o abandono.


Um estudo de base nacional demostrou que no Brasil, em média 64% dos idosos investigados fazem até quatro consultas médicas anuais e 36%, cinco ou mais consultas. O estudo também evidenciou que as mulheres consultam mais do que os homens, bem como aqueles idosos que têm doenças crônicas ou apresentam uma percepção negativa da sua saúde, tendem a realizar mais consultas. 


Estes dados refletem dois problemas bastante comuns: alguns idosos vão a consultas médicas mais vezes do que realmente precisariam, pois querem mesmo é alguém para conversar e que lhe dê atenção; por outro lado, muitos idosos, especialmente os homens, recusam-se a ir a consultas médicas necessárias, piorando muito sua saúde e autonomia.

 
Já comentamos várias vezes o papel que o sedentarismo tem na piora da saúde de qualquer indivíduo, especialmente prejudicando o envelhecimento saudável. A prática de atividades físicas pela população idosa é muito abaixo do ideal. 


Dados obtidos através do VIGITEL, que é um inquérito telefônico implementado nas 26 capitais brasileiras e Distrito Federal para estudar os determinantes de doenças crônicas, evidenciaram que apenas 21,8% dos idosos brasileiros praticam atividades físicas no tempo livre e 3,4% praticam atividade física no deslocamento. Além disso, 73% dos idosos brasileiros não atingem a recomendação semanal de atividade física para o idoso (pelo menos 150 minutos de atividades moderadas).

 
Espera-se que, com o tempo, as políticas públicas voltadas à população idosa possam traçar estratégias para amenizar os fatos preocupantes que ainda dificultam o envelhecimento saudável no nosso país.


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